Segundo apurou a Rádio Regional com aliados de Marcelo Nilo em Cícero Dantas, o deputado estadual e genro de Nilo, Marcelinho Veiga também deve desembarcar da base governista.
O rompimento político do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) com o grupo do governador Rui Costa (PT) e do senador Jaques Wagner (PT), acontece em meio a uma artilharia de acusações ácidas após 15 anos em que caminharam como aliados.
Dessa vez, Marcelo Nilo classificou os dois caciques petistas como “uma fraude”, ao condenar o modelo administrativo adotado por ambos desde que começaram a governar a Bahia em 2007.
“Jaques Wagner e Rui Costa são uma fraude. Eles ganharam as eleições com discurso de derrotar o carlismo, mas administraram e administram com o carlismo”, disse ao site BNews na última terça-feira (8).
“50% dos secretários vieram do carlismo. O vice do governador foi carlista, dois dos três senadores são ex-carlistas, o presidente da Assembleia é ex-carlista”, listou ele.
Em entrevista a uma rádio de Salvador nesta quinta-feira (10), Nilo disparou que o ex-prefeito da capital baiana ACM Neto, (DEM), é melhor gestor do que o governador Rui Costa (PT).
“ACM Neto é um grande gestor. Um homem que recebeu a prefeitura em uma situação terrível e tornou-se o melhor prefeito do Brasil, reeleito”, dispara o deputado. Ele ressalta que apesar de Rui ser um governador bem avaliado, com pontos positivos na saúde, deixou muitos pontos em aberto na educação.
Segundo apurou a Rádio Regional com aliados de Marcelo Nilo em Cícero Dantas, o deputado estadual e genro de Nilo, Marcelinho Veiga (PSB) deve acompanhar o sogro e, também, desembarcar da base governista. O anúncio da saída de Marcelinho deverá acontecer em março ou abril.
Lídice da Mata descarta expulsão de Nilo do PSB
A deputada federal e presidente estadual do PSB, Lídice da Mata, colocou panos quentes na possível saída de Marcelo Nilo do partido.
Lídice descartou a expulsão do deputado federal e reafirmou que deve ter um encontro com o ainda correligionário para solucionar os impasses, durante entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da Salvador FM, nesta quinta-feira (10).
"Não estamos discutindo esse assunto. Não passa pela minha cabeça sair expulsando ninguém. Acho que, no entanto, temos que ficar de acordo com a política do partido. O partido vai apoiar a candidatura de Wagner. Me parece um contrasenso um candidato estar no partido e não ter essa posição. É uma situação que vamos falar pessoalmente, já nos procurou para conversar, queremos também. Não temos a intenção de tornar público antes de conversar", comentou.
Ela também enalteceu Nilo e assinalou a amizade entre ambos. Nilo estaria possivelmente magoado pela falta de esforço do governo para mantê-lo na base, Nilo foi afagado por lideranças do grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (UB).
Além disso, já foi incluído em uma possível chapa majoritária para as eleições de 2022.
"Marcelo é meu amigo e sempre foi. Conhecemos desde jovem, sou amiga da sua esposa, contemporânea minha da universidade. Somos amigas de Alagoinhas. Não tenho nada pessoal contra Nilo. Mas o PSB, no entanto, tem uma posição de apoio a Rui Costa e uma campanha de Jaques Wagner e este apoio é um apoio político ideológico. Na primeira vez que Wagner foi candidato, o PSB apoiou antes da decisão e convenção do PT. Isso se refere a programa, confiança de prática política, uma concepção política de esquerda. Eu gostaria que Marcelo Nilo continuasse no PSB, desde que seguindo a posição política, de apoiar a Wagner, como decisão estadual", revelou ao Bahia Notícias.
A parlamentar também explicou que a decisão teria o respaldo do diretório nacional. "Carlos Siqueira tem usado como referência o apoio nacional ao PT na Bahia, Piauí e Ceará, como uma necessidade de uma contrapartida no Maranhão, Espírito Santo, Pernambuco. Temos outros estados que buscamos apoio. O presidente sempre enfatiza isso, o apoio de Wagner na Bahia. Ele me disse que sempre que falasse do apoio do PSB a candidatura de Wagner, falasse que também é uma decisão nacional", finalizou.
CARGO NA SEAP
Uma das últimas gotas que transbordaram o copo da relação de Nilo com o governo foi a saída do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte Neto, indicação do deputado. Com o desligamento, o PSB ainda deve conversar com Rui Costa para ajustar se o partido indicará o sucessor.
"Não conversamos com o governador. Me pareceu uma questão de Nestor. Ele já havia me procurado para comunicar que entregaria o cargo, já que tinha sido indicado por Marcelo Nilo. E ele retirando o apoio ao governador, ele não se sentia à vontade em permanecer na pasta", disse Lídice.
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