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Em menos de um mês, cerca de 62 milhões de abelhas desapareceram em três cidades

  • radioregionalfm20
  • 17 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura

Em menos de um mês, em torno de 62 milhões de abelhas desapareceram das cidades de Ribeira do Pombal, Cipó e Nova Soure.


O motivo, de acordo com os resultados iniciais de exames laboratoriais feitos em duas amostras, foi o inseticida fipronil, apontado por pesquisadores como um dos mais letais para abelhas.


De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), essas amostras coletadas estão sendo centralizadas pela Cooperativa dos Apicultores de Ribeira do Pombal (Cooarp) e enviadas ao Laboratório do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) e ao Centro Tecnológico Agropecuária do Estado da Bahia (Cetab).


“As duas primeiras amostras enviadas já foram analisadas e bateu o veneno que suspeitávamos. É um tipo de inseticida usado para formigas”, explicou José Carlos Santos da Fonseca, o Zé Carlos, presidente da Cooarp.


Foi a cooperativa que percebeu que algo estava estranho na região quando não parava de surgir relatos de apicultores que tiveram seus enxames dizimados.


“No dia 19 de junho de 2023, compareceu a primeira apicultora, moradora da Fazenda Caruara, informando a morte de abelhas em suas colmeias.


Ao longo dos dias, fomos recebendo diariamente as mesmas queixas de diversos apicultores”, dizia trecho do comunicado feito pela Cooarp à Câmara Municipal de Ribeira do Pombal.


Até a última quarta-feira, foram contabilizadas 780 colmeias perdidas de 28 apicultores, sendo oito de Nova Soure, três de Cipó e os demais de Ribeira do Pombal.


Professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e uma das únicas taxonomistas de abelhas no Brasil, Favízia de Oliveira explicou que o uso do fipronil na região, provavelmente, não seguiu as normas estabelecidas.


“O fipronil é permitido na modalidade foliar para soja, algodão e cana de açúcar, o que não é plantado naquele lugar. Pelo que apurei, usaram em pastagem, o que já está errado, não está seguindo a norma do produto”, disse.


O presidente da Cooarp afirmou que, além da produção de mel, a cidade de Ribeira do Pombal era conhecida pela produção de feijão e milho.


De acordo com José dos Santos Neto, conhecido como Zé Pequeno, presidente da Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (Arcas), uma colmeia chega a ter 80 mil abelhas, o que totaliza um massacre de pouco mais de 62 milhões de abelhas.


Ele também informou que cada colônia pode produzir até 60 quilos de mel, anualmente, e que cada quilo é vendido em torno de R$ 13.


Sendo assim, a perda de cada colônia gera um prejuízo de R$ 780.


Multiplicado pelas 780 já catalogadas, esse valor total estimado ultrapassa os R$ 600 mil.


O presidente da cooperativa concorda com o colega e espera que mais casos possam aparecer nos próximos dias.


A única forma de descobrir se o mel que é vendido no país está com agrotóxico ou não é através de uma análise laboratorial, segundo a pesquisadora.


Um dos principais riscos do consumo de agrotóxicos é o envenenamento.


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ribeira do Pombal é a sétima maior produtora de mel da Bahia.


Em 2021, foram 126,5 toneladas produzidas, número menor do que as 430 toneladas de 2011, ano recorde.

 
 
 

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